Quando cruzei a linha de chegada em São Pedro do Atacama no Chile,e me vi conquistando o sonho de correr os 4 desertos mais extremos do planeta, depois quando vizualizei a ponte Golden Gate e dei um abraço no Francisco da Silva por ter juntos conseguido superar a distância de 5.130 km de Leste a Oeste nos EUA, um questionamento me inquietava,será que eu precisei de única e exclusivamente da minha força física? ou tive que acionar outras variáveis para vencer o desafio?
Para o meu corpo suportar a altitude e a umidade do deserto de Gobi ,o calor escaldante do deserto do Sahara, o frio paralizante da Antártida e o sal do deserto do Atacama, foi preciso acionar mais que força física,foi necessário acionar a inteligência na adversidade, ter inteligência na adversidade é perceber com clareza nossos pontos fortes, e nossos fontos fracos, e entender que qualquer dificuldade a ser enfrentada será passageira e não definitiva.
É ter a capacidade de vizualizar além da tempestade e saber que teremos sol logo a frente, precisei acionar a capacidade organizacional, criar estratégias que exigiram boa comunicação com as pessoas, e desenvolvi um senso de urgência que se antevia ao problema .
Imagine que você esteja a uma temperatura abaixo de zero onde o turpor do gelo te consome, mas você está determinado a sair da situação em que se encontra, nesse momento você passa a dirigir seu pensamento em pessoas que você ama,imagine se você não conseguir sair dessa situação essas pessoas irão passar por privações, então esse senso de urgência fará o seu organismo de alguma forma reagir e enfrentar a adversidade com maior força, de alguma forma você será mais resistênte a adversidade, seu corpo se comportará de forma diferente podendo assim te tirar dessa adversidade.
Esse ano foi muito especial em minha vida, pois enfrentei a adversidade extrema mantendo a qualidade de vida pessoal para continuar sonhando com grande desafios.
Eu acho super importante o treinamento, a busca dos exames antes e depois deum grande desafio, a pesquisa, de nova tecnologias , a pesquisa do lugar onde vamos desbravar,o trabalho de estratégias mentais fortalecedoras e uma postura cooperativa e ética na busca de objetivos.
Tudo isso é inteligência na adversidade, vai além do simples treino ou de comer bem, usar a inteligência na adversidade é poder ter sempre uma postura adaptativa a cada ambiente, pessoa ou fato que venha a nos atingir.
Com isso reduzimos riscos de frustações,lesões ou determinar um objetivo irreal.
Além de tudo isso tive um PORQUE muito forte, o desafio dos 4 desertos corri pensando em meu filho Vinícius, e consegui completar com sucesso e o segundo desafio dos EUA, pensei no beneficio que podia gerar ao GRAACC,nos momentos de fraqueza e dificuldade logo direcionava meus pensamentos nas crianças e adolescentes que passavam por processo de quimioterapia e isso me fortalecia para continuar buscando o objetivo.
Eu me emocionei muito esse ano,cresci muito e ao mesmo tempo me sinto como um garoto que acaba de ganhar uma bola de presente.
Ganhei um grande amigo o Francisco da Silva que me ensinou muito, nos 60 dias que ficamos juntos na estrada, virei um voluntário externo do Graacc e com isso me fortaleci espiritualmente aprendendo com cada sorriso de cada criança. Desejo continuar gerando beneficio em cada ação que eu colocar na estrada.
Um agradecimento a cada mensagem de força que recebi durante cada desafio, um agradecimento a Deus por me mostrar o caminho nos momentos de incerteza, um obrigado a minha mãe, meu filho minha familia por me apoiar, Um obrigado a Lucina Ratinho que a cada ida e chegada a cada mensagem enviada e a cada palavra sempre me passa a alegria e a leveza na busca, obrigado ao meu treinador Herói Fung por incentivar sempre antes da partida de cada desafio, Agradeço a Ester por ter ficado comigo nas 24 horas com toda paciência e carinho,Ao Francisco da Silva por ser meu companheiro de aventura nos EUA. aos amigos que conquistei em cada canto do planeta e do nosso Brasil. Ao meu patrocinador a Crocs por respeitar meu trabalho, a imprensa por reconhecer meu trabalho. e ao meu pai por estar sempre comigo no coração onde quer que eu vá.
"Você pode passar anos a fio trabalhando, realizando e muitas vezes nem um obrigado recebe,é muito importante que você continue em sua busca pois um dia poderá dizer valeu a pena".