Carlos Dias, o ultramaratonista

Escrito por Carol Ramos.

Conheça a história deste atleta de corrida que é louco por desafios!
Correr por uma causa, ou mais do que isso, correr por paixão. Assim, o atleta Carlos Dias se define. O Estilo Centauro bateu um papo com esse corredor e ele nos contou fatos que marcaram a sua carreira.
 
Carlos Dias já correu no Nepal, Antártica, Floresta Amazônica e no deserto do Atacama. O ultramaratonista viu na corrida uma possibilidade de fazer diferença na vida das pessoas. Se você é um corredor que é apaixonado por novos desafios, vai se encantar com a história de vida e profissão de Carlos. Confira a entrevista e os detalhes de como é ter sucesso no esporte!

Estilo Centauro: Como foi seu início no esporte? E porque ultramaratonas?
Carlos Dias: Comecei jogando futebol quando criança, depois vôlei, ciclismo, paraquedismo e somente aos 20 anos de idade eu comecei a correr com maior foco, pois vi que a corrida poderia fazer diferença na minha vida. Ela me permitia estudar e trabalhar e me deixava mais entusiasmado a cada passo. Quando o Ayrton Senna morreu, eu que era um fã, fiquei com um vazio aos domingos e decidi correr uma prova de 10 km na Vila Prudente em SP. Foi aí que o gosto pela corrida se tornou ainda mais profundo. A ultramaratona me traz desafios que exigem um esforço, uma concentração e uma auto motivação muito além de tudo que eu já havia experimentado. Sou apaixonado por desafios, amo conhecer novos lugares, pessoas e interagir com a natureza, e a ultramaratona me proporciona tudo isso.
EC:Você tinha planos de ser um atleta de corrida?
CD: Não, eu tinha planos de fazer diferença em algum esporte, experimentei vários esportes e escolhi a corrida, ela me fez olhar o mundo diferente.

EC: No total são 22 anos de carreira, quais são as suas expectativas para o futuro?
 
CD: Eu sempre estou me preparando para os novos desafios que o presente e o futuro me oferecem, nos próximos 10 anos eu quero fortalecer ainda mais meu relacionamento com atletas, empresas e poder comunicar para pessoas em diversas partes do planeta, que é possível transformar cenários através do esporte. Me preparo para poder realizar palestras em inglês mundo a fora, criar novos desafios para ajudar crianças em situação de risco, enfim, quero continuar com o mesmo entusiasmo que me acompanhou durante todos esses anos. E, enquanto eu estiver respirando eu vou correr de alguma forma.
Para 2015, por exemplo, tenho um desafio de correr 42 maratonas em 42 dias, depois quero ir correr no deserto de Gobi pela segunda vez na minha carreira e enfrentar o deserto do Equador, em Julho.
EC: Você já correu no Nepal, Deserto do Atacama e na Antártica. Enfrentou desafios como frio e calor extremo. Além de ser corredor, você também se considera um aventureiro?
CD:Sim, eu me considero um aventureiro e já fui considerado desbravador 4x4 por canais de esportes de aventura por ir de encontro a natureza com as próprias pernas. Sou membro consultivo da BAS Brazilian Adventure Society (Sociedade Brasileira de Aventura) que tem nomes como Amyr Klink e Waldemar Niclevics. Um aventureiro é aquele que planeja sua ação, respeita a natureza e faz o uso consciente dos seus recursos.

EC: Qual a principal diferença de correr em locais exóticos, como no meio da floresta Amazônica?
CD: Nesses ambientes, você sabe que terá surpresas, mas se você tiver bem preparado, equipado e com uma postura de respeito às variáveis de clima, solo e cultura local, você terá sucesso. A maior diferença para quem vai correr em ambientes exóticos como desertos ou selva Amazônica é que ele terá que gerenciar toda sua estrutura que irá caber em uma mochila com até 14 kg durante sete dias, irá atravessar essa natureza e dormir em acampamentos no meio da selva, em redes ou no meio dos desertos em tendas beduínas.
Você também terá que gerenciar sua água por até 15 km entre um posto de abastecimento e outro. Nessas corridas, o atleta aprende a gerenciar melhor cada passo dado, pois a prova é de auto suficiência onde oatleta não pode receber ajuda externa, recebe somente a água e a orientação de seguir bandeiras até chegar no próximo acampamento.

EC: O “Desafio 24 horas” foi um sucesso e pessoas que você nem conhecia se juntaram na realização do seu projeto. Qual é o sentimento que mais expressa o esporte na sua vida?
CD: Sim, O desafio das 24 horas das capitais foi muito especial, eu chegava na cidade, procurava um local para armar o circo e começava a correr, quando vi tinha capital com cerca de 100 pessoas correndo comigo de forma espontânea e muitas outras mandando mensagens pelas redes sociais, foram de arrepiar as amizades conquistadas em cada lugar. O esporte me traz uma energia e uma emoção incrível. Mas o poder de transformação e de amizades do esporte me deixa cada dia mais entusiasmado. Tenho muita gratidão.

EC: O que a corrida já proporcionou ao Carlos Dias?
CD: A corrida realizou o meu sonho de fazer a diferença no esporte, hoje corro por muitas causas, uma delas é a do meu filho Vinícius V Dias, de 8 anos. Penso que a corrida é a ferramenta principal para passar a ele os ensinamentos e deixar um legado de atitude para ele.
Corro pela minha mãe, que foi minha grande incentivadora nos momentos de dúvidas, ela faleceu em 2010 antes do início de um grande desafio, em que eu circulei o Brasil inteiro correndo 18.250 km em 325 dias e sempre utilizo a corrida como um canal de comunicação com ela onde quer que esteja.Eu sempre utilizo a corrida para agradecer toda força e ensinamentos que minha mãe deixou.
Tem a causa do combate ao câncer infantil. A corrida é uma ferramenta para eu convidar pessoas a correrem junto com o hospital GRAACC, ajudando a combater e vencer o câncer infantil. A corrida me proporcionou lugares incríveis, amizades com pessoas de diversos países, me trouxe respeito e muitos ensinamentos de como seguir na vida. 
Me emociono sempre quando termino meus desafios, pois é sempre como se eu estivesse ganhando uma medalha olímpica da vida.
EC: Carlos, como profissional você avalia a importância do calçado para o desempenho no esporte?
CD: Sim, é muito importante ter um calçado que me proporciona conforto, flexibilidade e ao mesmo tempo seja resistente aos diferentes pisos que normalmente me proponho a percorrer. Gosto muito dos Skechers modelos Go ride 3, go ride 2, pois me ajudam a manter a pisada natural, ou seja pelo meio do pé, e, é ,muito flexível, o que ajuda a fortalecer a musculatura dos meus pés.

Fonte:www.estilocentauro.com.br