Maratonista brasileiro repete Forrest Gump e cruza os EUA correndo
Carlos Dias foi de Nova York a San Francisco em 59 dias.
Ele correu 5.130 km para ajudar hospital para crianças com câncer.
Daniel Buarque Do G1, em São Paulo
Foto: Reprodução/Arquivo pessoal
O ultramaratonista brasileiro Carlos Dias, que percorreu 5.130 km de um canto ao outro dos EUA (Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)
Corra, Carlos! Corra!
Carlos Dias está longe de ter o raciocínio lento, mas seu ritmo e seu fôlego nas pistas com certeza lembram o já clássico personagem-título do filme “Forrest Gump”, interpretado por Tom Hanks. A certa altura do filme, Forrest decide começar a correr sem parar e cruza mais de 5 mil quilômetros de um canto ao outro dos Estados Unidos assim, correndo.
Dias é autor de uma façanha parecida: em menos de dois meses, Dias foi de Nova York à Califórnia, percorrendo 5.130 quilômetros no total, uma média de 84 quilômetros por dia a uma velocidade máxima de 10 km/h para controlar o ritmo, chegando a passar 20 horas sem parar correndo. Foram 59 dias até completar a rota no início deste mês. "Chegamos um dia antes do programado”, contou ao G1.
“As pessoas me lembram do filme a cada minuto. A diferença é que no filme ele não tinha sentido naquilo que fazia, eu tinha um sentido de completar o percurso e de ajudar uma instituição de apoio a crianças com câncer”, disse. Para a empreitada, ele pôs à venda suas milhas, oferecendo parte do arrecadado para o Graac. “Vendemos poucas, mas conseguimos pelo menos puxar um pouco de repercussão, chamando a atenção para o Graac. A intenção era gerar benefícios para outras pessoas, e não buscar nada para mim. Hoje minha sensação é de dever cumprido.”
Formado em administração, Dias conta que já corre provas de longa distância há 16 anos, já completou mais de 74 maratonas e fez travessias, como em 2007, quando foi do Oiapoque ao Chuí, extremos norte e sul do Brasil, em 100 dias, batendo o recorde. Morador de São Bernardo do Campo, ele hoje vive de realizar provas, dar palestras e organizar corridas, parecendo buscar desafios diferentes de cada vez. “Foi a primeira vez que essa rota de uma ponta a outra dos EUA foi feita por um ultramaratonista”, disse.
No filme, Forrest Gump corre por três anos, dois meses, 14 dias e 16 horas - se seguisse o mesmo ritmo de Dias, teria feito 20 vezes o percurso de um canto ao outro do país.
De Leste a Oeste
O planejamento do percurso era detalhado e incluiu bateria de exames e treinamento. Toda a rota já estava traçada desde o começo e previa seguir sempre pela rodovia 80. No segundo dia correndo, entretanto, a polícia disse que eles não podiam seguir por ali, a não ser de carro. “Eles nos orientaram e seguimos pelas estradas paralelas da 80. Só no colorado que precisamos dar uma variada por causa das montanhas.”
Carlos Dias, após completar a prova que percorreu os EUA (Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)
A maior dificuldade enfrentada foi a mudança do clima, que é constante. “Deixamos Nova York com muito calor, pegamos chuva na Pensilvânia, vento no Nebraska, neve no Colorado, calor no deserto, mais neve em Nevada e mais calor na Califórnia. Administrar isso, a roupa certa no momento certo para melhorar o desempenho, é bem difícil”, contou.
Foto: Divulgação
O personagem Forrest Gump, em imagem do filme que leva seu nome (Foto: Divulgação)
Encontrar um lugar para dormir, depois da mudança da rota, era um desafio diário, mas também fonte de algumas das experiências que o maratonista considera das mais interessantes. “As pessoas foram entrando no nosso projeto, nos recebendo na casa deles, fomos fazendo amigos, ganhando novas famílias por todo o trajeto até chegar na Califórnia. Viajei achando que o norte-americano era frio e nada solidário, mas vi o oposto, pois eles nos ajudavam. Tivemos só coisas boas. Tinha gente que parava na estrada e convidava para ir à cada deles. Isso foi a coisa mais legal, e foi bem diferente do que há no Brasil.”
Dias afirma que não chegou a pensar em desistir em momento algum, mas logo no início, depois de entrar em Indiana, estava muito cansado e achava que não conseguiria completar a prova dentro do cronograma programado. “É preciso ser paciente o tempo todo, mesmo cansado física e mentalmente. Tentava controlar a ansiedade.”
A concentração era muito grande e ele terminava exausto no final do dia. “Não dava para conhecer as cidades nem nada, mas dava para conhecer pessoas, conversar, melhorar o inglês. Hoje eu conheço os EUA mais de que muitos americanos, pois passamos por mais de 700 cidades, percebemos as mudanças culturais, as paisagens, as comidas, tudo o que muita gente não conhece.”
Dias agora vai fazer treinamento para novas provas a partir de abril, quando pretende correr quatro desertos: na Austrália, depois Nepal, Namíbia e Vietnã. “No segundo semestre quero correr uma maratona por dia por seis meses, girando o Brasil, saindo do Rio de Janeiro e finalizando em São Paulo.” Como o personagem do cinema, ele também não para depois de chegar no ponto final da prova corrida.
D+ GUERREIRO !!! Representou, detonou...rsrs Parabéns!!!
ResponderExcluirMeu amigo Carlos Dias se antes de te conhecer pessoalmente eu já era seu fã, imagina agora depois que eu te conheci pessoalmente e correndo ao seu lado na Ultra dos Fuzileiros Navais aqui no Rio. Cara no Jantar de massas, vc sentou próximo a mim e falei com vc e para minha supresa, vc me conheceu do blog jmaratona, a minha felicidade foi lá em cima, jamais eu poderia imaginar vc me reconhecendo...rsss...Adorei te conhecer, pois vc é um grande fera das Ultras e ao mesmo tempo um corredor humilde que dá atenção a todos, digo mais que estou começando agora na Ultra mas tenho aprendido muito com vc, lendo notícias suas aqui no seu blog, que vc continue assim nos inspirando.
ResponderExcluirQue DEUS te abençoe meu brother.
Um abraço.
Eu mandei a msg acima sem perceber que estava em outro post me desculpe, quero te parabenizar pela façanha que vc fez de cruzar os E.U.A. vc é o cara PARABÉNS!!!
ResponderExcluirUm forte abraço.